quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Robôs não ficam desempregados


A Foxconn pretende instalar 1 milhão de robôs em suas fábricas. A empresa é um gigante mundial. Emprega 1,2 milhões de trabalhadores. Destes, 1 milhão estão na China. País em que aconteceu um surto de suicídios entre seus empregados. Resultado de salários miseráveis e jornadas de trabalho escravocratas.  Os robôs seriam adotados para enfrentar a onda de mortes voluntárias. É apenas uma parte da verdade. O custo da força de trabalho chinesa vem aumentando. Conseqüência inevitável do desenvolvimento capitalista, mesmo que os salários continuem vergonhosos. As máquinas viriam para cortar custos. Num primeiro momento deve dar certo. No longo prazo, não. Robôs são trabalho morto. Não geram mais valor do que aquele que já foi incorporado a eles pelo trabalho vivo. Pelo trabalho humano. 
 Não se pode diminuir a ração de parafusos que alimenta homens de lata. Já no caso de humanos, é sempre possível forçar uma piora da cesta básica. Robô quebrado ou desativado é prejuízo. Pessoas doentes, inválidas ou mortas apenas saem da folha salarial. O problema fica para a família e para os serviços públicos. O capitalismo depende da exploração de trabalho vivo. Azar da burguesia. Ela precisa da gente. Desde o vendedor ambulante até pessoal altamente qualificado. É da exploração de seu trabalho que vem o lucro. Robôs são ótimos para trabalhos perigosos, cansativos, chatos. Grande oportunidade para diminuir a infelicidade humana. Mas, sua plena utilização só vai funcionar quando a maioria da sociedade deixar de ser explorada pela minoria. 

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